Ação de usucapião: quais os procedimentos?

Mora há anos em um imóvel, mas ainda não tem a escritura no seu nome? A ação de usucapião pode ser o caminho para transformar a posse de fato em propriedade de direito.

imagem representando ação de usucapião

Ação de usucapião: quais os procedimentos?

Você mora em um imóvel há anos, cuida dele, paga as contas, mantém tudo em ordem, mas ainda não tem a escritura no seu nome?

Essa situação é mais comum do que parece e pode trazer insegurança, medo de perder o imóvel e até dificuldades para vender, financiar ou deixar como herança.

É exatamente nesses casos que entra a ação de usucapião, um instrumento legal que permite transformar a posse de um bem em propriedade reconhecida pela Justiça.

Muita gente vive décadas em imóveis sem qualquer documento formal e acha que não tem direito a regularizar.

Outras, compraram informalmente, herdaram sem inventário ou ocuparam áreas esquecidas e hoje têm medo de serem obrigadas a sair. 

A boa notícia é que o Direito reconhece que o tempo, aliado à posse pacífica e contínua, pode gerar o direito à propriedade, e isso vale tanto para casas, terrenos quanto para áreas rurais.

Neste artigo, você vai entender o que é a ação de usucapião, quem pode entrar com ela, quais os requisitos e como dar entrada nesse processo. 

Porque viver com tranquilidade vai muito além de morar bem, é ter a certeza de que aquele espaço que você construiu com esforço é, de fato, seu por direito.

Sabemos que questões jurídicas podem gerar dúvidas, e entender seus direitos é essencial para tomar decisões informadas. Em caso de dúvidas sobre o assunto, entre em contato: clique aqui!

O que é a ação de usucapião?

A ação de usucapião é o caminho legal para quem vive em um imóvel há anos e quer transformar essa posse de fato em propriedade reconhecida oficialmente.

Ela serve para regularizar situações em que a pessoa mora, cuida, investe e constrói sua vida em um terreno ou imóvel, mas não tem escritura ou registro no cartório em seu nome.

Isso acontece com mais frequência do que se imagina — em casos de compra informal, herança sem inventário, imóveis abandonados ou transferências feitas apenas de forma verbal.

O objetivo da usucapião é justamente dar segurança jurídica a quem ocupou um imóvel de forma pacífica, contínua e com intenção de ser dono, sem disputas ou oposição de terceiros.

Ao entrar com essa ação, o morador busca o reconhecimento judicial (ou extrajudicial, em alguns casos) de que aquela posse legítima já consolidou o direito à propriedade.

Esse processo é um verdadeiro divisor de águas: com a usucapião reconhecida, o imóvel finalmente passa a ter valor de mercado, pode ser vendido, financiado, usado como garantia, incluído em inventário e até deixado de herança com total tranquilidade.

Mais do que um simples papel, a usucapião é a chave para transformar sua história de luta em segurança patrimonial.

Se você já construiu seu lar, mas ainda vive na incerteza, essa ação pode ser o passo que falta para garantir que aquilo que é seu de fato também seja seu de direito.

Quando cabe a ação de usucapião?

A ação de usucapião é indicada quando alguém ocupa um imóvel de forma contínua, pacífica e com intenção de ser dono, durante certo tempo, sem oposição do verdadeiro proprietário.

Ou seja, é para quem vive há anos em um local, cuida, mantém, paga contas, mas nunca teve o documento formal de propriedade, seja por uma compra informal, herança não regularizada ou abandono do antigo dono.

Esse tipo de ação permite que essa posse de fato se torne propriedade reconhecida pela Justiça, com escritura e registro em cartório.

Ela se aplica em situações muito comuns, como quem mora há décadas num terreno ou casa sem escritura, ou quem herdou um imóvel e nunca formalizou a partilha.

Mas atenção: não é automático. É preciso preencher requisitos como tempo mínimo de posse, boa-fé, ausência de disputas judiciais e uso público e contínuo.

Os prazos variam conforme o tipo de usucapião, podendo ser de 5, 10 ou até 15 anos.

Se você está nessa situação, a usucapião pode ser a chave para viver com tranquilidade e segurança, transformando de vez um lar sem papel em um patrimônio de verdade.

Como entrar com uma ação de usucapião?

Como entrar com uma ação de usucapião

Etapa O que fazer
1. Reúna os documentos RG, CPF, comprovante de residência, contas pagas, fotos, IPTU e tudo que comprove a posse do imóvel.
2. Comprove o tempo de ocupação Demonstre que ocupa o imóvel há pelo menos 5, 10 ou 15 anos, de forma pacífica e contínua.
3. Solicite planta e memorial descritivo Contrate um engenheiro ou arquiteto para elaborar os documentos técnicos exigidos.
4. Contrate um advogado A presença de um advogado é obrigatória para conduzir o processo judicial ou extrajudicial com segurança.
5. Escolha a via adequada Com auxílio jurídico, defina se o caso será resolvido por cartório (extrajudicial) ou na Justiça (judicial).
6. Protocole a ação ou pedido Apresente todos os documentos e aguarde análise e notificações pelos órgãos responsáveis.
7. Faça o registro da propriedade Após decisão favorável, registre o imóvel no seu nome no cartório de registro de imóveis.

Entrar com uma ação de usucapião é o caminho legal para transformar uma posse de fato em propriedade reconhecida oficialmente.

Esse processo serve para quem mora, cuida e investe em um imóvel há anos, mas ainda não tem escritura ou registro no próprio nome.

E ao contrário do que muitos pensam, não é necessário ter comprado o imóvel: o que vale é a forma como você exerceu a posse, contínua, sem conflitos e com a clara intenção de ser dono.

Se você está nessa situação, siga o passo a passo abaixo para entender como iniciar o processo com segurança e assertividade:

1. Reúna os documentos pessoais e da posse

Tenha em mãos RG, CPF, comprovante de residência e tudo o que comprove a ocupação do imóvel: contas em seu nome, IPTU, fotos antigas, recibos, escritura informal ou qualquer outro indício da posse.

2. Comprove o tempo e a forma da posse

Você precisará demonstrar há quanto tempo vive no local (mínimo de 5, 10 ou 15 anos, conforme o tipo de usucapião) e que essa posse foi pacífica, contínua, pública e sem oposição.

3. Faça uma planta e memorial descritivo do imóvel

Um profissional habilitado (geralmente arquiteto ou engenheiro) deve elaborar a planta do imóvel e seu memorial descritivo, indicando localização, confrontantes e dimensões exatas.

4. Contrate um advogado de confiança

A ação de usucapião, mesmo nas modalidades extrajudiciais, exige a atuação de um advogado. Ele será responsável por instruir o processo, reunir provas, notificar interessados e encaminhar tudo ao juiz ou cartório.

5. Escolha entre via judicial ou extrajudicial

Se não houver oposição de vizinhos ou herdeiros, e todos os requisitos estiverem em ordem, é possível fazer o pedido diretamente em cartório (usucapião extrajudicial). Se houver dúvidas, conflitos ou documentos ausentes, a via judicial será necessária.

6. Aguarde a análise do pedido

Após o protocolo, o processo será analisado e, se tudo estiver correto, o juiz (ou o cartório) reconhecerá a usucapião. A decisão final permitirá o registro da propriedade no seu nome.

7. Registre no cartório de imóveis

Com a sentença ou ata da usucapião, vá ao cartório de registro de imóveis e faça o registro definitivo do bem em seu nome.

Regularizar um imóvel não é só resolver um problema no papel — é garantir que o lugar onde você vive, investe e cria memórias seja, de fato, seu por direito.

Com a ajuda certa e os documentos organizados, a usucapião pode ser a chave para transformar sua história de posse em um futuro de tranquilidade, segurança e valorização do que é seu.

Qual a razão para entrar com ação de usucapião?

A razão principal para entrar com uma ação de usucapião é a necessidade de regularizar a posse de um imóvel que, apesar de ocupado há anos, ainda não está legalmente registrado no seu nome.

É muito comum que pessoas vivam em casas herdadas informalmente, compradas “de boca” ou abandonadas por antigos proprietários e, mesmo cuidando, pagando contas e mantendo o local em perfeito estado, não tenham nenhum documento oficial que comprove a propriedade.

Sem esse reconhecimento formal, você fica vulnerável.

Pode ter dificuldades para vender o imóvel, não consegue deixá-lo de herança para os filhos, não obtém financiamento, nem consegue registrar melhorias.

Em situações mais graves, corre o risco de perder tudo o que construiu, caso algum herdeiro ou antigo dono reapareça e conteste a posse.

A usucapião existe justamente para proteger quem exerce a posse de forma legítima, pública e contínua, com intenção de ser dono.

Ela corrige situações irregulares e reconhece juridicamente a realidade vivida por milhares de brasileiros que fizeram do imóvel sua casa, seu espaço, seu patrimônio — mesmo sem o papel.

Portanto, se você ocupa um imóvel há anos e ainda não conseguiu formalizar essa propriedade, a ação de usucapião é o caminho para garantir segurança jurídica, valorizar seu bem e viver com tranquilidade.

Quais os custos envolvidos em uma ação de usucapião?

imagem explicativa sobre quais os custos envolvidos em uma ação de usucapião.

Quais os custos envolvidos em uma ação de usucapião?

Os custos de uma ação de usucapião podem variar bastante, dependendo se o processo será feito pela via judicial ou extrajudicial.

Entre os principais gastos estão:

Honorários advocatícios, que costumam variar de R$ 5.000 a R$ 20.000, conforme a complexidade e o valor do imóvel;

Custas judiciais, que vão de R$ 500 a R$ 3.000 nos processos via Justiça;

Planta e memorial descritivo, elaborados por engenheiro ou arquiteto, com valores entre R$ 1.500 e R$ 5.000;

Honorários de perito judicial, quando exigido, que podem chegar a R$ 8.000;

Certidões e documentos cartorários, que custam em média de R$ 200 a R$ 600;

E, por fim, o registro da decisão no cartório de imóveis, que pode chegar a R$ 5.000, conforme a tabela local.

Na modalidade extrajudicial, feita diretamente em cartório, os valores são similares, mas concentrados em emolumentos, notificações e escritura final, totalizando entre R$ 5.000 e R$ 15.000, a depender da localidade.

Por isso, antes de dar entrada no processo, é essencial conversar com um advogado para avaliar os custos específicos do seu caso e evitar surpresas.

Afinal, regularizar um imóvel é uma decisão que exige planejamento, mas que vale cada centavo pela segurança e tranquilidade que oferece.

Preciso de um advogado para entrar com ação de usucapião?

Sim, você precisa de um advogado para entrar com uma ação de usucapião, tanto na via judicial quanto na extrajudicial.

Mesmo que o processo pareça simples à primeira vista, ele exige conhecimento técnico, preparo de documentos específicos, análise da situação jurídica do imóvel e, principalmente, uma argumentação bem estruturada para demonstrar ao juiz (ou ao cartório) que você realmente preenche os requisitos exigidos por lei.

O advogado será responsável por conduzir todo o processo com segurança, desde a organização das provas de posse até a elaboração da petição inicial ou acompanhamento dos trâmites cartorários, notificações de vizinhos e análise de eventuais impugnações.

Na prática, ele é o profissional que vai evitar erros formais, atrasos, indeferimentos e gastos desnecessários, situações que, infelizmente, são comuns quando se tenta fazer tudo por conta própria.

Além disso, em alguns casos, o processo pode se tornar mais complexo: herdeiros desaparecidos, confrontações de vizinhos, ausência de documentos ou dúvidas sobre o tipo de usucapião aplicável.

Nessas situações, o apoio jurídico deixa de ser apenas uma formalidade e passa a ser indispensável para garantir que o imóvel seja regularizado sem riscos futuros.

Portanto, se você quer transformar sua posse em propriedade e sair da informalidade com tranquilidade, ter um advogado ao seu lado é mais do que uma exigência legal, é a chave para fazer tudo com segurança, agilidade e com o respaldo de quem entende do assunto.

Um recado final para você!

imagem representando advogado

Em caso de dúvidas, procure assistência jurídica especializada.

Sabemos que o tema pode levantar muitas dúvidas e que cada situação é única, demandando uma análise específica de acordo com as circunstâncias de cada caso.

Se você tiver alguma questão ou quiser saber mais sobre o assunto, recomendamos a consulta com um advogado especialista.

O suporte jurídico adequado é fundamental para que decisões sejam tomadas de forma consciente e segura.

Artigo de caráter meramente informativo elaborado por profissionais do escritório Valença, Lopes e Vasconcelos Advocacia.

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Autor

  • joao valenca

    •Advogado (43370 OAB) especialista em diversas áreas do Direito e Co-fundador do escritório VLV Advogados, empresa referência há mais de 10 anos no atendimento humanizado e mais de 5 mil cidades atendidas em todo o Brasil.

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